Às seis horas da tarde do dia 20 de janeiro de 1996, há exatos 21 anos, a cidade de Varginha, em Minas Gerais, foi acometida por um fortíssimo temporal de granizo que deixou boa parte do município sem energia elétrica e derrubou diversas árvores. Este seria só um dia estranhamente chuvoso, não fossem relatos de estranhos acontecimentos horas antes da chuva e nos dias anteriores ao temporal.
Uma semana antes, no dia 13 de janeiro, o empresário e piloto de avião Carlos de Sousa afirma ter visto um OVNI (Objeto Voador Não Identificado) cruzar a Rodovia Fernão Dias e se chocar com o solo. Ao chegar no local da queda, como ele relatou a ufólogos que foram a Varginha investigar o caso, foi impedido por militares de se aproximar.
Já no dia 20 de janeiro, um casal de fazendeiros que morava a dez quilômetros da cidade afirmou ter ouvido grande agitação entre os animais da propriedade, nas primeiras horas do dia. Ao olhar pela janela, o homem e a mulher teriam visto uma nave em forma de submarino sobrevoando o pasto e expelindo fumaça no céu.
Os eventos estranhos continuaram. Às 10h30 do dia 20 de janeiro, três testemunhas viram oficiais do Corpo de Bombeiros de Varginha saindo da vegetação de um barranco no bairro Jardim Andere carregando uma criatura envolta numa rede. Depois, o ser teria sido colocado num caixote coberto com lona e seguiu viagem num caminhão do exército rumo à Escola de Sargento das Armas (ESA), no município vizinho Três Corações. O que aconteceu a seguir não se sabe. Alguns ufólogos afirmam que a criatura foi encaminhada ao campus da Unicamp, em Campinas. A universidade e a ESA negam terem recebido qualquer ser extraterrestre em suas propriedades.
O fato mais conhecido do Incidente de Varginha aconteceu no mesmo dia, cinco horas depois da suposta primeira captura. Três garotas atravessavam um terreno baldio no mesmo bairro em que o ser teria sido capturado pelos bombeiros, quando avistaram uma criatura agachada rente ao muro, olhando para elas com expressão assustada. As garotas correram, em pânico. Em seus relatos, as três foram unânimes na descrição do que viram: um bicho com cabeça grande, careca e com três saliências, olhos enormes e vermelhos e pele marrom, de aspecto oleoso.
Em uma reportagem feita pela emissora RedeTV!, uma das moças que avistou a criatura, Kátia Andrade Xavier, instigou ainda mais os ufólogos que estudam o caso. Perguntada pelo repórter se prestou depoimento sobre o caso, ela respondeu: “Nunca fui procurada. Também tem coisas que eu não posso falar, me pronunciar ou dizer muito a respeito. Falo até onde posso. Tem coisas na vida da gente que não podem ser abertas. Prefiro ficar reservada, porque não posso falar”.
Nas primeiras horas da noite do dia 20 de janeiro, quando a tempestade já caía sobre Varginha, testemunhas (incluindo um enfermeiro) disseram que policiais militares deram entrada no Hospital Regional da cidade com uma criatura com características físicas semelhantes às descritas pelas garotas. O destino desta criatura capturada também é misterioso.
O que se sabe é que o policial militar Marco Eli Chereza, que participou da suposta captura da segunda criatura, apareceu em casa com dores nas costas e um pequeno tumor em uma das axilas, alguns dias depois do Incidente de Varginha. O nódulo foi retirado por um médico de plantão no quartel em que ele servia, segundo o próprio policial contou à família. Em entrevista à revista UFO, a irmã de Chereza, Marta Antônio Tavares, disse que ele foi internado dias depois, apresentando febre e paralisia. A família era quase sempre barrada quando tentava visitá-lo no hospital.
Vinte e seis dias depois do Incidente de Varginha, Chereza morreu no hospital. O delegado responsável pelo IPM (Inquérito Policial Militar) do caso não conseguiu acesso à necropsia do soldado. Somente um ano depois, leu os documentos, que revelavam em breves palavras que Chereza morreu em decorrência de uma infecção generalizada.
Por fim, o fato que encerra a estranha série de acontecimentos em Varginha é a morte de animais de três espécies no zoológico da cidade, entre fevereiro e abril do mesmo ano. As jaguatiricas, antas e veados-monteiro morreram misteriosamente, do dia para a noite. Um exame detectou uma substância tóxico-cáustica não identificada nas carcaças de todos os animais mortos, que também estavam com os intestinos necrosados ou em avançado estado de decomposição.
Conclusão
O Inquérito Policial Militar aberto para investigar o caso foi encerrado um ano depois com uma conclusão controversa: a criatura avistada pelas três garotas seria, na verdade, um morador da cidade com problemas mentais, que costumava andar agachado, era mudo e morava na mesma rua do terreno baldio em que o ser teria sido avistado pelas garotas. Em entrevista ao EPTV, programa da Rede Globo em Minas Gerais, Kátia Andrade Xavier nega que isso seja verdade e afirma que conhecia o Mudinho, como o homem era popularmente conhecido, e o reconheceria se a criatura que viu fosse realmente ele.
O inquérito não cita a suposta primeira captura, feita pelo Corpo de Bombeiros, ou o ser que teria sido encaminhado ao Hospital Regional de Varginha.
O Superior Tribunal Militar arquivou o IPM, alegando falta de evidências que justificassem investigação mais detalhada.
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